No dia da sua partida
Havia um tapete vermelho
Você desfilou comedida
Porém sem olhar pelo espelho.
O belo tapete estendido
Era o choro do meu coração
Ao vê-la indo embora, iludido,
sangrou; não havia outra ação.
Estes prantos que você pisou
Coincidentemente pisei
Pois andei foi pra frente, bem sei
Pra dizer que outro eu hoje sou.
Hoje brindo o caminho que ando
Pois as pedras no chão me ensinaram
Aprendo a caminhar caminhando
Pela estrada que os loucos criaram.
Só os loucos amam de verdade
Eles amam intransitivamente
Quem vem lá se inebria à vontade
E se vai ao se dar por contente
Fica um louco, o amor e a vontade
De começar tudo novamente.