Fomos morar num castelo de areia
Que prometeram nunca desabar
Mas uma viga, que a todos cerceia,
Foi condenada por só balançar.
Logo ordenaram a trocar a viga
Sem consultar o brilhante arquiteto:
“Ora, se ela não é nossa amiga
Então que caia; sou eu o correto!”
Se uma viga é parte da planta
Porque tirá-lá arbitrariamente?
“Ora, esta viga a ninguém encanta
Nós que mandamos; o resto que aguente!”
Ai, quem me dera isto fosse mentira
E o castelo fosse de concreto
E os donos não agissem por ira
E os inquilinos morassem mais certo.