Na penumbra sou o verdadeiro eu
De misterioso passo a revelado
Penso em ti, e faço um tema só teu;
Penso em mim, e mostro o obscuro lado.
Meia-luz, que ilumina mais que o dia,
Me desperta quando é hora de dormir
As ideias que, até então, prendia
Vêm ao palco pra cantar “sabor a mi”.
Romantismo é o lençol com que me cubro
Nestas noites que divago internamente
O motor que ronca sangra em fosco rubro
Pra falar o que só eu tenho na mente.
Minha cama vira colcha de retalhos
Ávidas palavras buscando sentido
Mesmo que apareçam em atos falhos
Querem ser amor, a dor, o vindo, o ido.