A câmera fotográfica espera tua passagem pra saber o que é o clique perfeito.
O banco da praça, ao recebê-la, tem enfim uma boa companhia.
O museu e suas peças assistem a uma aula de obra-prima quando tu entras pela porta.
A estrada para de andar quando encontra teus pés. E te aguarda para continuar.
A água do rio lava a alma com tua presença.
O tijolo do prédio faz força só pra te proteger.
O lápis de cor amarelo vira um sol pra te aquecer; o azul, uma brisa para te amenizar; o papel ri.
A tristeza chora de alegria. Os pássaros a consolam e cantam mais alto porque você está passando.
O vento acompanha os pássaros na mesma vibração.
O silêncio grita afoito pra chamar tua atenção. Coitado.
O horizonte pede ao mar pra descrever o que vê: “pense em nós; ela é mais incrível ainda”.
A montanha se arrepia ao te reconhecer de longe.
A neve sobre ela aproveita pra tentar um escorregão que a leve mais perto de ti. As pedras rolam em festa e também querem chegar.
A lua morre de ciúmes; o sol quer iluminar apenas a porção do planeta em que possa te ver.
Meu sentimento não cabe aqui. Mas cabe, pois tudo aqui é uma prosopopeia.
Prosopopeia
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