Enviai, Senhor, operários para a nossa messe
Pois a Vossa é grande e levou os melhores operários.
Escutai, Senhor, a nossa humilde prece
Pois a dor só cresce em meio aos proletários.
Que fazer de um mundo que só consome
Quando ainda há fome em tantos rincões?
Como pedir por quem não tem nome
E não acha emprego nem se junta aos ladrões?
Pai, retorna, ensina-nos de novo
Perdidos estamos após dois milênios
Os escritos não bastam ao povo
Pois quem governa fez-nos das letras abstêmios.
Pai, retorna-nos ao Vosso seio
A Terra está de escanteio por essas corporações
Cansei de ver os fins pelos meios
E o sangue dos irmãos separados em nações.
Mãe, cadê nosso Pai?
Foi ele mesmo quem a isso permitiu?
Mãe, eu acho que Ele nos trai
Pois nos condena a este mundo tão hostil.